Escrita em B’elejeb’ Junajpu (9 Caçador), 10/10/2022.
Morremos aos poucos, hoje
Isso dói.
Nesses nossos ciclos…
de morte, de vida, de vida, de morte,
de vida…
Ciclos que nem vc entende;
ciclos que eu só entendo
que é pra te explicar…
Sempre na tua hora.
Vem da Lua, à meia noite;
veio daí pra cá,
e na noite seguinte era eu
quem estava aí…
Quando bateram os sinos da igrejinha.
Um fogo mais forte acendendo
dentro de ti, que é meu, é nosso.
Sigo aceso, pra muito mais além
de nossos corpos.
Não vem só dos sinos,
dos nossos antepassados;
vem depois (ou antes)
do almoço.
Vem qualquer hora!
Mesmo que ontem, e que hoje,
Esteja eu falando muito mais.
Chegou seu tempo…
E Exu me trouxe o assovio.
Lékeléke, lékeléke;
eu ouvi.
Sempre na encruzilhada certa,
dentro de mim.
Assovio que me acalma, que te
acALMA:
Killing you softly,
with my songs,
my words… while
strumming your pains.
Assovio que brota
não de onde o texto começa,
mas das tuas dores;
da minha incerteza.
Mais que dedilhando; batucando,
como quem sente
seu corpo todo com os dedos mais ágeis
de um velho cego protegido no escuro.
Como quem escreve contando
toda a sua vida,
como quem te lê
e é levado pra você.
Batuco contra a guerra, quero mais amor.
Nós 2!! Nós 3…
Nossos infinitos de sankofa.
Nossos espelhos,
e até “sementes”,
de obsidiana!
Nossos tecidos do tempo por tecer…