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POR UMA DESCOLONIZAÇÃO DA PRÁXIS NA RELAÇÃO COM OS CALENDÁRIOS MAYAS

Descolonizar a práxis é o que a galera new age precisa entender (leia-se botar em prática) em termos-ações bem concretos. Quer dizer, adianta a pessoa deixar de seguir o “falso calendário maya”, passar a seguir a ordem maya dos dias, se continua com uma mentalidade new age, no pior sentido em que o termo pode ser definido? O individualismo, o neoliberalismo, a sociedade de consumo que passou a consumir cada vez mais sem responsabilidade alguma, seja para com o meio-ambiente ou para com as outras culturas e sociedades… Se calendário maya virou negócio deturpado por quem nunca viu ou conversou com um maya na vida (e nem leu ou estudou outros que estiveram); se calendário maya virou commodity pra consumo de uma suposta cultura-e-espiritualidade que nada tem de maya… Tem que “descolonizar” pra muito além do que muitos, entre os que reivindicam teoricamente o “descolonial”, praticam. Confesso-me hoje sem paciência pra reivindicar tal teoria, justo por não concordar com a práxis de vários daqueles que parecem ser seus principais expoentes. Disputar campo academicista com verniz “descolonial” pra bater cabeça com maluco liberal que quer pagar de bonito? Tô fora. Pra mim, mais vale a práxis! Você pode ter toda uma trajetória new age, em que eventualmente aprendeu a fazer um monte de coisa, ok, mas e aí?! Talvez várias dessas coisas estejam equivocadas e você ainda não tenha se dado conta. Quer respeitar os mayas pra valer, entender o negócio mais “antropologicamente”, ou quer continuar mantendo uma relação abusiva com o calendário maya? Só seguir a ordem maya dos dias (etnograficamente embasada) não adianta de nada… Dizer que hoje é dia 13-Morte (o dia de hoje, 28/07/2022 no calendário maya) não significa, por si, que a pessoa tá bem embasada, menos ainda etnograficamente. E este aviso vale pra muita gente que conta os dias “como os mayas ” há muitos anos, inclusive. O quanto essas aspas não podem significar um abismo, em muitos casos e em vários sentidos? Temos de ir muito além da matemática e dos manuais interpretativos… E separar muito, mas muito bem, tudo aquilo que é maya daquilo que é “reflexão de fulano de tal” sobre “não sei o quê” do “calendário maya”.

POR UMA DESCOLONIZAÇÃO DA PRÁXIS NA RELAÇÃO COM OS CALENDÁRIOS MAYAS
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Autor
Oxlajuj Q’anil
Publicado em
15/7/2021